quinta-feira, 24 de julho de 2014

Badwater 2014 - Carlos Sá em 3º Lugar

(Foto retirada da Internet)

Esta 2ª feira e 3ª feira correu-se a Ultramaratona  Badwater que é conhecida como sendo a prova mais dura do mundo, e tal não é por acaso, pois trata-se de uma ultramaratona de 135 milhas (cerca de 217 kms) percorrida no Dead Valey (Vale da Morte), nos EUA, que tem este nome por ser uma enorme zona árida e onde as temperaturas ultrapassam os 50º C aproximando-se mesmo dos 60º C.

Carlos Sá participou pela primeira vez nesta prova no ano passado e conseguiu logo na sua estreia ficar em 1º lugar, tendo feito um tempo final de 24h e 38m. 

Se para alguns de nós correr 10 kms é muito, ou mesmo uma Meia Maratona (21 Kms), ou até mesmo uma Maratona (42 Kms), imagine-se o que é passar um dia inteiro (24 horas) a correr para fazer uma distância de cerca de 217 kms, ainda por cima em condições tão díficeis como aquelas devido às elevadas temperaturas, e ainda por cima GANHAR.

Este ano entre vários outros desafios (outras ultramaratonas, também elas de elevado grau de dificuldade) Carlos Sá propôs-se a correr novamente esta prova. Sendo a sua 2ª participação tudo levava a crer que pudesse fazer um bom resultado (depois do 1º lugar de 2013), e quem sabe se não mesmo voltar a ganhar, pois tinha um melhor conhecimento das dificuldades que iria encontrar o que poderia permitir uma melhor gestão do esforço.

Carlos Sá saíu no grupo das 8h locais (destinado aos atletas mais rápidos) e à passagem do primeiro ponto de controlo seguia em 2º lugar da prova o que era um bom indicador. À passagem das 45 milhas era o 3º classificado, tudo por causa de dores que vinha a sofrer na perna. Mesmo assim enchia-se de coragem e suportava estas forçando-se a continuar, e se ainda havia muito para correr.

Os kms foram passando e Carlos Sá perdeu algumas posições chegando mesmo a estar em 5º lugar, lutando contra as dores e contra a dureza daquela prova sobre-humana. Mesmo assim transformou-se num autêntico heroi e à medida que a prova decorria, não só tinha que lutar contra as dores como conseguiu uma enorme recuperação que lhe permitiu passar nas passar nas 91 milhas novamente na 3ª posição que veio a guardar com unhas e dentes até ao final da prova.

Segundo Carlos Sá: "Tive muitas razões para desistir, mas não o fiz, por todos vós, por este team de apoio (Luso/Americano) liderado pelo Dr. Amorim, por aqueles que lutam contra a doença, pela minha família, pelos meus patrocinadores,....
Este 3º lugar na Badwater fez-me mais forte e mostrou-me que os limites por vezes estão dentro da nossa cabeça, embora ache que não devemos por a nossa saúde em risco a todo o custo.
Quem anda nestas andanças sabe que ter a coragem de se inscrever nestas provas já é uma atitude bravia, chegar ao fim é de campeão."

Carlos Sá foi uma vez mais um HEROI e um VERDADEIRO ORGULHO para PORTUGAL, mas isso não foi suficiente para que fosse noticiado pela comunicação social (o que revela bem o que esta é), pois nesse dia nem uma única referência foi feita ao seu resultado extraordinánio, e na 4ª feira seguinte apenas se limitaram a citar as suas palavras no fim da prova.

Talvez se para o ano o Carlos Sá repetir esta prova novamente e conseguir durante a sua realização, mudar de penteado 3 vezes, venha a ser alvo de interesse pela comunicação social.

Ainda assim, o Carlos Sá é o ORGULHO e a INSPIRAÇÃO de muitos portugueses, e sabe que conta com o apoio de todos eles, eu incluido.

 

terça-feira, 22 de julho de 2014

Badwater - 6º Checkpoint (92 Milhas)

6º ponto de controlo (92 milhas - cerca de 160 kms) e Carlos Sá RECUPERA o 3º lugar.

Informação colocada na sua página pela equipa que o acompanha:

"Vinte horas de corrida e vinte horas de comida e bebidas para 5 pessoas e um ultra runner: uma logística complexa numa ultra de 220km sem qualquer abastecimento. São 4 da manha e Carlos Sá corre com muita força. Destacou-se do francês Philippe Verdier, mas a meta para o terceiro lugar ainda dista mais de 50 km. Depois de tudo isto merece-o bem. Força Carlos!!!"


FORÇA CAMPEÃO !!! Estamos Contigo!


Badwater - 5º Checkpoint (75 Milhas)


5º ponto de controlo (75 milhas - cerca de 130 kms) e Carlos Sá continua a manter o 5º lugar.


Informação colocada na sua página pela equipa que o acompanha:

"
Com pouco mais de metade da prova concluída ainda há muita estrada para correr, sobretudo há muito, mas mesmo muito para sofrer!!!

Noite: sai da noite Portugal, entram na noite os USA e a Badwater... A dura subida para Cerro Gordo faz mossa... É a segunda enorme "parede" a transpor e não é a última! Carlos Sá na milha 75 era 6º da geral. Estava a 13 minutos do 3º lugar e a 1h09m dos líderes (o australiano Grant Maughan e o americano Harvey Lewis, 2º e 4º classificados na edição de 2013, respectivamente). O ritmo na frente era de uma média de 9.7 km/h para estas primeiras 75 milhas (120,7 km's), impressionante!
Numa prova com estas características, tudo, mas mesmo tudo pode ainda acontecer!"


FORÇA CAMPEÃO !!! Estamos Contigo!

Badwater - 4º Checkpoint (67 Milhas)


4º ponto de controlo (67 milhas - cerca de 115 kms) e Carlos Sá continua a seguir em 5º lugar no cume de Cerro Gordo.


Informação colocada na sua página pela equipa que o acompanha:



"Carlos Sa has just reached the top of Cerro Gordo at 2550 meters. Still fighting stomach problems, but still holding on to fifth place. It is very very windy. The sunset was minutes ago, now the runners face a long night. Harvey has the lead and Grant is second. Let's hope Carlos gets up there at the lead with his friends!!! Still a lot to come, the race is not yet half way and it has been going for twelve hours. Força Carlos!!! Estamos contigo."

FORÇA CAMPEÃO !!! Estamos Contigo! 

Badwater -3º Checkpoint (59 Milhas)


3º ponto de controlo (59 milhas - cerca de 100 kms) e Carlos Sá segue em 5º lugar a apenas 17 minutos do líder da prova.


Carlos Sá tem atravessado alguns problemas mas continua a mostrar a sua raça de campeão.

Informação colocada na sua página pela equipa que o acompanha:

"O Carlos iniciou a dura subida de Cerro Gordo há 55 minutos em quarto lugar a 17 min dos leaders Harvey e Grant. Começava a recuperar dos problemas, porque entretanto começou c fortes dores de barriga. Como no ano passado... Tem dificuldade em beber è alimentar-se. Esta a ser duro. Os carros não podem acompanhar agora. Devem ser mais de duas horas até ao cume e mais de uma a descer. Só um pacer pode acompanhar e carregar material e bebidas. Vai anoitecer qdo chegar ao cume. Tem subidas de 17% de inclinação. Ainda falta MUITO e esperamos que o Carlos recupere. Tentaremos dar notícias, mas a cobertura de rede é muito má. Isto ê desértico, e lá em cima uma cidade fantasma!!!"

FORÇA CAMPEÃO !!! Estamos Contigo!

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Badwater - 2º Checkpoint (45 Milhas)


À passagem do 2º ponto de controlo (45 milhas - cerca de 78 kms) Carlos Sá seguia em 3º lugar a apenas 7 minutos do líder da prova.

Coragem Carlos !!! Um Km de cada vez !!!

FORÇA CAMPEÃO !!! Estamos Contigo!

Badwater - 1º Checkpoint (23 Milhas)



À passagem do primeiro ponto de controlo (23 milhas - cerca de 40 kms) Carlos Sá seguia em 3º lugar a apenas 14 minutos do líder da prova, uma distância muito pequena para uma corrida desta distância e que está apenas no início.

FORÇA Carlos Sá !!!

BADWATER 2014 - FORÇA SÁ !!!


O ano passado o GRANDE ultramaratonista CARLOS SÁ, participou pela primeira vez naquela que é considerada como a prova mais dura do mundo: A BADWATER.

São apenas, repito, apenas cerca de 217 kms de corrida numa das áreas mais desertas e mais quentes do mundo, ou não tivesse esta ficado conhecida como o Vale da Morte.

Carlos Sá participou pela primeira vez no ano passado e tinha como objectivo terminar e fazer menos de 24h. 

Não só o fez, terminar em menos de 24h, como ainda por cima a venceu, erguendo bem alto a bandeira de Portugal. 

Começa hoje esta prova onde o Carlos irá defender o seu título conquistado no ano passado e ACREDITO que ele o vai conseguir novamente, mostrando a todo o mundo o GRANDE ULTRAMARATONISTA que é.

FORÇA CARLOS SÁ !!!!

ESTAMOS TODOS CONTIGO !!!

quarta-feira, 16 de julho de 2014

GLOW RUN - ALMADA - 19 de JULHO - ADIADA



Infelizmente a Glow Run de Almada agendada para 19 de Julho foi adiada devido à previsão das condições meteorológicas.

Deixo aqui o comunicado recebido por Email da organização do evento:

A GLOW RUN ALMADA, agendada para o próximo dia 19 de Julho, foi adiada.

Por motivos que nos são totalmente alheios, e por incrível que pareça acontecer no mês de Julho, teremos que adiar pelo motivo de forte probabilidade de chuva para o fim de semana aa GLOW RUN ALMADA para data a anunciar brevemente.

Uma vez que queremos garantir que o evento se realiza nas melhores condições e por acharmos que as mesmas não estavam asseguradas com o nível de qualidade expectado, optámos por adiar de forma a oferecer a espectacularidade que a GLOW RUN e os GLOW RUNNERS merecem. Mais informações surgirão em breve.

Entretanto não se esqueçam da GLOW RUN COIMBRA a 20 de Setembro e a GLOW RUN VISEU a 04 de Outubro. Não percam estes eventos!

Pedimos desculpa a todos os Glow Runners pelos constrangimentos que este adiamento possa causar no entanto contamos com a vossa compreensão.

Estamos à disposição para esclarecer qualquer dúvida através do e-mail 
inscricao@glowrun.pt e info@glowrun.pt

A equipa da Glow Run

quarta-feira, 9 de julho de 2014

BALDE DE ÁGUA FRIA !!!!

(Foto tirada da internet)

Ainda que possa parecer, o título deste post nada tem a ver com a derrota do Brasil frente à Alemanha por 7-1 (coisa nunca antes vista).

Depois da descoberta em exames recentes, e da realização de uma batelada de mais exames (uma autêntica Maratona), ontem era dia de realizar mais uns quantos, entre os quais o tão famoso e temido Round 3, poderia ser uma hipótese.

Assim lá fui de manhã para o hospital tentando estar o mais calmo possível e não pensar nos exames que poderia ter que vir a fazer (o temido Round 3).

A equipa médica que os realizou foi EXCELENTE e a primeira parte (chamemos-lhe Round 2.2) até correu bastante bem, no que respeita à questão da sua realização e ao facto de ter sido indolor.

O problema surgiu foi quanto aos resultados observados, tendo levado à realização do tão temido Round 3 (por via endoscópica). Mas tinha que o fazer e não havia volta a dar. Refiro novamente que a equipa que o realizou foi EXCELENTE, minimixando ao máximo o desconforto deste.

Mas mais do que fazer este último exame, o que me "doeu" mais, o que me "doeu" mesmo cá dentro foi o seu resultado e o facto deste implicar limitações no treino, obrigando-o a ser moderado (pouco mais do que andar) até Setembro, e o facto de não saber se não virá a tornar-se numa situação indefinida.

É duro colocar um objectivo na nossa mente (Maratona) e ser obrigado a parar 8 meses por causa de uma hérnia discal;

É duro recomeçar a correr e querer fazer a Maratona do Porto e inicialmente não dar para fazer esta e trocar pela de Lisboa.

É duro conseguir gerir as coisas e trocar a Maratona de Lisboa pela Maratona do Porto, e 2 dias antes de me inscrever um exame de rotina lançar a confusão e obrigar-me a suspender a inscrição.

É duro passar quase 2 meses em exames e encontrar algo que não se estava à espera e ficar condicionado por mais 2 meses e SER OBRIGADO a desistir da Maratona do Porto.

É duro estar nesta incerteza se alguma vez poderei voltar a almejar conquistar a Maratona.

Hoje, por muito que queira pensar de outra forma só consigo pensar que a corrida para mim terminou, pelo menos da forma como eu a via. Eu não sou um atleta de alta competição, nem tinha quaquer aspiração a ganhar o que quer que fosse. O meu objectivo era apenas o de me divertir e o de ir mais além, competindo apenas com uma e só uma pessoa: EU.

Hoje, não consigo ver a luz ao fundo do túnel e temo não poder voltar a correr como o fiz até aqui, tentando sempre superar os meus limites e sentindo-me fantástico, até mesmo eufórico, sempre que o conseguia.

Hoje, tive que desistir do meu sonho de fazer a Maratona do Porto, onde me imaginava a correr as ruas da invicta encontrando todos aqueles amigos e conhecidos que fiz ao longo deste tempo todo nas corridas e nos treinos que fiz.

A todos aqueles que vão estar no Porto, e a quem não o vou poder desejar pessoalmente, quero expressar aqui todo o MEU APOIO e DESEJAR-VOS do fundo do meu coração (este que me está a trocar as voltas) UMA MARAVILHOSA E FANTÁSTICA PROVA.


P. S. - Deixo-vos aqui uma música que traduz o meu atual estado de espirito (no que respeita à Maratona e não quanto ao sentido literal da letra da música)


sexta-feira, 4 de julho de 2014

GLOW RUN - ALMADA - 19 de JULHO



Depois de no dia 24 de Maio se ter realizado a primeira GLOW RUN em Portugal agora é a vez de se realizar a 2ª GLOW RUN, desta vez em ALMADA no PARQUE DA PAZ. A 2ª GLOW RUN irá assim realizar-se no Parque mais emblemático do Concelho de Almada no dia 19 de JULHO, pelas 20h30m.

E o que é uma GlowRun?
 
Com origem nos EUA, é um evento que se realiza à noite e decorre como uma autêntica festa, das mais divertidas e brilhantes do mundo.

Organizada pela Artstation, a GlowRun associa uma actividade saudável, como a marcha e a corrida, a muita luz, música e entretenimento. Uma experiência única, altamente diferenciadora, que tanto pode ocorrer num centro histórico, como num parque ou numa praia, num apelo único à diversidade, à alegria e à humanização dos espaços!

É um evento inovador e mobilizador de pessoas de todas as idades e condição física, quer participe individualmente ou em grupos de amigos ou famílias.

Enquadrada por um ambiente de luz, multimédia e música ao longo do percurso de 5km, culmina numa GlowParty, numa celebração da alegria.

A GlowRun é também um evento solidário, não apenas pela participação estar aberta a pessoas portadores de deficiência, mas também porque quanto maior for o número de participantes, tanto maior será o apoio à Associação Salvador através da doação de parte das receitas.

A 2ª edição GlowRun realizar-se-á no Parque da Paz em Almada, dia 19 de Julho às 20h30 com direito a um kit de participante que inclui uma t-shirt oficial, acessórios GLOW e uma aula de zumba para todos os participantes!

No fim, pelas 23h, todos os ânimos brilharão na GlowParty!

Inscrições e mais informações em www.glowrun.pt e nas redes sociais Facebook e Pinterest. 



 

6º Treino Corro, Logo Existo - "Quase 15"





Treino em ritmo moderado de cerca de 1 hora e 30 minutos para fazer "Quase 15" KM.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

35ª Corrida - As Fogueiras


Esta não foi apenas a 35ª Corrida das Fogueiras, mas também a minha 35ª corrida, desde que entrei neste desporto em 2006. 

Depois de nos primeiros 6 anos ter feito cerca de 22 corridas, o que dá uma média miserável de menos de 4 corridas por ano, nos últimos 15 meses esta foi a minha 13ª Corrida (por sinal o meu número da sorte).

Há bastante tempo que queria fazer esta prova e depois de tanto ter passado para conseguir inscrição para a correr, este sábado era dia de rumar a Peniche e correr esta que era uma corrida de que tanto tinha ouvido falar.

Assim de manhã, pela 11h15m era altura de nos encontrarmos e rumarmos a Peniche  onde fizémos um pique-nique perto do Forte de Peniche. Ao todo éramos 10, sendo que 2 iríamos correr os 15 kms e os restantes 11 (uma vez que se juntariam a nós mais 3 durante a tarde) iam participar nas Fogueirinhas (6 kms).

Depois era hora de ir até ao hotel e fazer o check in. A tarde foi aproveitada a descansar enquanto o meu mais pequeno, de 4 anos, dormia um pouco para que pudesse aguentar até mais tarde e fazer os 6 kms da caminhada. Aproveitei e dormi também um bocado para ir descansado para a prova. 

A corrida aproximava-se e chegou a hora de sair do hotel.

 
 Valter e Eu ....

 .... prontos para os 15 kms

No entanto já saímos tarde do hotel e chegámos perto dos bombeiros voluntários (a cerca de 600 mts da partida quase às 20h30m e entrámos numa pastelaria/cafetaria para comer algo. Este foi o meu 2º erro, pois o primeiro deveria ter sido comer mais cedo, ainda que sozinho, pois iria ter 15 kms para correr. Como havia comido pouco ao longo do dia decidi compensar em parte (2º erro) tendo comido uma bifana, uma sopa e uma banana. Acabei de comer faltavam cerca de 45 min para a prova, o que poderia vir a ser problemático.

Saímos então em direcção à partida da prova, e colocámo-nos bem lá atrás no pelotão, o que fez com que demorássemos cerca de 3 minutos até cruzar a linha de partida, mas isso não interessava nada, pois não estava lá para ganhar, mas sim para me divertir. A partida foi bastante agradável, havendo apenas a apontar o estreitamento da rua cerca de 300 mts depois da corrida começar, o que levou a que tivéssemos praticamente que parar durante algum tempo e se fez notar no tempo do 1º km (6' 41'').

À medida que a corrida prosseguia tornava-se mais fácil progredir e fui estabelecendo o meu próprio ritmo, e apesar de estar em modo moderação, comecei a correr abaixo dos 6' ao km, tendo mesmo chegado aos 5' 38'' por alturas do km 5 e do km 6, a que não foi certamente alheio o apoio do público que se encontrava nesta zona de Peniche, uma vez que estávamos a passar perto do Forte..

Ao km 2 passei pelo João Lima, pela Isa e pelo Victor, desejando-lhes uma boa prova, mas sabia que a 2/3 da prova havia uma grande probabilidade de ser novamente ultrapassado pela Isa, e se por acaso tal não acontecesse seria sinal de que eu estava em grande forma. Um pouco mais há frente encontrei também a Ana, a quem também desejei uma boa prova, e segui, pois sentia-me bem. O Valter que ia comigo, por esta altura já tinha seguid sozinho, fazendo o que eu lhe dissera desde o início, pois era bem notório o esforço que ele fazia por esperar por mim. 

A corrida estava a correr bem, e eu sentia-me bem, e o que mais me agradava era o facto de ser de noite, de não conhecer o percurso, pelo que não havia o efeito de rotina, de já ter passado por ali, mas acima de tudo o apoio incansável de todos aqueles que vieram para a rua apoiar quem corria, alguns mesmo trazendo tachos e panelas com os quais trataram de animar todos aqueles que por ali passavam a correr. Mas se ouve coisa que me tocasse mesmo fundo cá dentro foi a quantidade de crianças que estava a assistir à prova e que estendiam as suas pequenitas mãozinhas para que nós tocássemos nelas ao passar. Esta prova, à semelhança da S. Silvestre da Amadora, vai ficar gravada na minha memória e conquistaram um lugar especial no meu coração.

Ao km 8 havia uma subida mais acentuada do que as anteriores e comecámos a entrar na zona das fogueiras, saíndo de Peniche rumo ao Cabo Carvoeiro, mas enganei-se aqueles que pensam que estariamos sózinhos alí, pois a cada fogueira porque passávamos tinhamos sempre um grupo de pessoas a apoiar-nos. Até aqui tinha sido a parte mais fácil da prova (para mim), pois tinha conseguido correr quase sempre abaixo dos 6' ao km, e embora o conseguisse ainda fazer por diversas vezes nos kms que ainda faltavam, o meu sofrimento estava a começar.

Não sei se foi por ter comido muito em cima da prova (erro meu, eu sei) ou se por causa de um desarranjo intestinal (pois este continuou no dia seguinte), apenas sei que passei os útimos kms com dores abdominais e fazendo um esforço enorme para tentar não abrandar o ritmo, o que sei que não consegui, pelo menos em parte. 

Por volta do Km 10, cerca de 2/3 da prova fui ultrapassado pela Isa e pelo Victor, o que é sem dúvida sinal da sua grande forma, pois quase que parecia que eu estava parado a assistir à prova. Um pouco mais à frente fui alcançado pelo João Lima, e durante algum tempo consegui aguentar o seu ritmo, pelo que cheguei mesmo a pensar que o conseguiria acompanhar até à meta. Mas tal não foi possível pois o peso que eu senti no meu abdomén não me parava de chatear e era complicado manter aquele ritmo. 

Ainda assim forcei-me sempre a concentrar-me na prova e a pensar que a meta estava já ali, que já faltava pouco para reentrar em Peniche e que um pouco mais à frente seria a tão desejada meta. Quando faltavam quase 2 kms para a meta fui alcançado pela Ana, e fiquei bastante contente por ver a velocidade com que passou por mim, pois isso era sinal de que se estava a sentir muito bem.

Agora era sempre a descer e tempo de fazer um forcing final, tendo mesmo conseguido fazer o último km em 5' 35'' e terminado a prova em 1h30'32'', o que para o meu momento de forma (depois de um abrandamento/moderação dos treinos nas últimas semanas) e face aos acontecimentos dos últimos kms, me deixou bastante satisfeito, mas com um amargo de boca por saber que poderia ter feito muito melhor.

Era então tempo de ir à sardinhada e aproveitar o dia seguinte para passear mais um pouco por Peniche.

O Forte de Peniche .....

... e quem o vê hoje, não sabendo o que aqui se passou, ....

... não adivinha o sofrimento que aqui se viveu por alturas do Estado novo, ...

.... atrás de tamanha beleza.