16 de novembro de 2014 foi o dia em que me estreei oficialmente numa prova de trail.
Já tinha participado numa prova que teve também um cheirinho a trail (A Espírito de Aliança, Ex- "Linhas de Torres 200 anos - 100 kms", e treinado naquilo que se pode chamar de trail, mas esta iria ser a minha estreia oficial.
Apesar de me estrear no Arrábida Ultra Trail, ia fazê-lo na distância mais curta, ou seja 14,5 kms.
A prova não seria muito longe de casa (cerca de 50 kms) mas havia que acordar cedo para poder tomarum pequeno almoço descansado e preparar todo o equipamento e garantir que não me esqueceria de nada.
Às 8h estava em Setubal, ponto de encontro com o Miguel, o Manuel, o Paulo e o Pedro. Era tempo de iremos num carro só para Palmela, rumo ao castelo da partida da prova.
Levantados os dorsais era tempo de descontrair uns últimos minutos, comer o último cubo de marmelada e a última barra de cereais. Era tempo de nos dirigirmos para a linha de partida, ativar o chip e aguardar pelo tão esperado momento.
Mas antes disso, tempo para uma foto de grupo no cimo do Castelo de Palmela.
Eu, o Manuel, o Pedro e o Miguel
Na zona de partida, nos últimos momentos era tempo de me concentrar no que tinha estudado da prova, da sua altimetria, de como planeara abordá-la, e aproveitar para descontrair um pouco.
Eu, o Miguel e o Manuel
Chegada a hora, e soado o tiro de partida era altura de partir rumo a Setúbal. Os primeiros 2 a 3 kms foram sempre a descer, até que encontrámos a primeira parede. Sim era uma parede pois existiam algumas rampas de 30%. Mas para além da dificuldade da subida era ainda preciso ter em consideração que estava a correr com sapatilhas de estrada e que em algumas parte o terreno estava escorregadio.
Mas alguns kms depois de estar a subir e de chegar às antenas retransmissoras era altura de olhar para o horizonte e maravilhar-me com a paisagem.
No cimo do monte com uma paisagem brutal sobre Setúbal
Depois foi uma sequência de subidas e descidas, em estradões, em singke tracks, em piso seco, em piso mais escorregadio, à sombra das àrvores ou sobre o despontar de alguns raios de sol, e de vez em quando, lá vinha mais uma parede.
Parede acima, lá vamos nós .......
Parar e olhar para trás para ver o que tinha subido!
Depois era tempo de por as pernas a trabalhar e começar a correr quando o terreno assim o permitia e aproveitar o recuperar de forças que a paragem permitiu, correndo ao longo da belíssima Serra da Arrábida.
Mas... eis senão quando surgiu o momento mais marcante da prova. Depois de entrarmos num troço de estrada de terra batida com algumas poças que nos obrigavam a correr pela berma eis que aparece uma poça de cerca de 10 mts de comprimento, a toda a largura da estrada, sem hipótese de a contornarmos.
Assim, nada mais restava a fazer do que por os pés lá dentro e atravessá-la. Depois de 3 passos dentro da lama, eis senão quando um dos pés escorregou e tive o meu momento Danoninho, ou seja, faltou um bocadinho assim para me estatelar ao comprido no chão e ficar todo castanho.
Mas ... lá me safei, e pouco depois era quase sempre a descer até Setúbal e apesar de no último km começar a sentir uns pequeninos ameaços de caimbras, senti-me feliz, muito feliz.
Tenho que treinar melhor as selfies, fico sempre de trombas!
O tempo esse foi de 2h 07' 09'', o que nem considero ser muito mau dada a dificuldade da prova.
Por fim fui surpreendido com a possibilidade de termos direito a almoço: uma sopa quentinha, um prato de massa com atum, salada, sobremesa. Muito Bom !!!
Sem dúvida uma experiência única, e conto voltar outras vezes ao trail e outra vez a esta prova.
O estado das minhas sapatilhas no fim da prova .....
... agora prontas para mais treinos e mais provas.