(Foto retirada da Internet)
Esta 2ª feira e 3ª feira correu-se a Ultramaratona Badwater que é conhecida como sendo a prova mais dura do mundo, e tal não é por acaso, pois trata-se de uma ultramaratona de 135 milhas (cerca de 217 kms) percorrida no Dead Valey (Vale da Morte), nos EUA, que tem este nome por ser uma enorme zona árida e onde as temperaturas ultrapassam os 50º C aproximando-se mesmo dos 60º C.
Carlos Sá participou pela primeira vez nesta prova no ano passado e conseguiu logo na sua estreia ficar em 1º lugar, tendo feito um tempo final de 24h e 38m.
Se para alguns de nós correr 10 kms é muito, ou mesmo uma Meia Maratona (21 Kms), ou até mesmo uma Maratona (42 Kms), imagine-se o que é passar um dia inteiro (24 horas) a correr para fazer uma distância de cerca de 217 kms, ainda por cima em condições tão díficeis como aquelas devido às elevadas temperaturas, e ainda por cima GANHAR.
Este ano entre vários outros desafios (outras ultramaratonas, também elas de elevado grau de dificuldade) Carlos Sá propôs-se a correr novamente esta prova. Sendo a sua 2ª participação tudo levava a crer que pudesse fazer um bom resultado (depois do 1º lugar de 2013), e quem sabe se não mesmo voltar a ganhar, pois tinha um melhor conhecimento das dificuldades que iria encontrar o que poderia permitir uma melhor gestão do esforço.
Carlos Sá saíu no grupo das 8h locais (destinado aos atletas mais rápidos) e à passagem do primeiro ponto de controlo seguia em 2º lugar da prova o que era um bom indicador. À passagem das 45 milhas era o 3º classificado, tudo por causa de dores que vinha a sofrer na perna. Mesmo assim enchia-se de coragem e suportava estas forçando-se a continuar, e se ainda havia muito para correr.
Os kms foram passando e Carlos Sá perdeu algumas posições chegando mesmo a estar em 5º lugar, lutando contra as dores e contra a dureza daquela prova sobre-humana. Mesmo assim transformou-se num autêntico heroi e à medida que a prova decorria, não só tinha que lutar contra as dores como conseguiu uma enorme recuperação que lhe permitiu passar nas passar nas 91 milhas novamente na 3ª posição que veio a guardar com unhas e dentes até ao final da prova.
Segundo Carlos Sá: "Tive muitas razões para desistir, mas não o
fiz, por todos vós, por este team de apoio (Luso/Americano) liderado
pelo Dr. Amorim, por aqueles que lutam contra a doença, pela minha
família, pelos meus patrocinadores,....
Este 3º lugar na Badwater fez-me mais forte e mostrou-me que os limites por vezes estão dentro da nossa cabeça, embora ache que não devemos por a nossa saúde em risco a todo o custo.
Quem anda nestas andanças sabe que ter a coragem de se inscrever nestas provas já é uma atitude bravia, chegar ao fim é de campeão."
Este 3º lugar na Badwater fez-me mais forte e mostrou-me que os limites por vezes estão dentro da nossa cabeça, embora ache que não devemos por a nossa saúde em risco a todo o custo.
Quem anda nestas andanças sabe que ter a coragem de se inscrever nestas provas já é uma atitude bravia, chegar ao fim é de campeão."
Carlos Sá foi uma vez mais um HEROI e um VERDADEIRO ORGULHO para PORTUGAL, mas isso não foi suficiente para que fosse noticiado pela comunicação social (o que revela bem o que esta é), pois nesse dia nem uma única referência foi feita ao seu resultado extraordinánio, e na 4ª feira seguinte apenas se limitaram a citar as suas palavras no fim da prova.
Talvez se para o ano o Carlos Sá repetir esta prova novamente e conseguir durante a sua realização, mudar de penteado 3 vezes, venha a ser alvo de interesse pela comunicação social.
Ainda assim, o Carlos Sá é o ORGULHO e a INSPIRAÇÃO de muitos portugueses, e sabe que conta com o apoio de todos eles, eu incluido.
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