terça-feira, 16 de setembro de 2014

São João das Lampas - O regresso possível


Decididamente a Prova de São João das Lampas não era para ser assim.

São João das Lampas deveria ter sido uma Meia Maratona, com um grau de dificuldade elevado devido às suas rampas com o intuito de preparar a Maratona do Porto.

Seria um treino em conjunto que nos levaria ao Porto mas as vicissitudes da vida trazem-nos destas coisas e o que há cerca de 3 a 4 meses era um plano bem delineado (pelo menos até prova em contrário, se bem que tudo é passivel de melhoria), este fim de semana era um sonho deitado abaixo, pelo menos por enquanto.

Estando neste momento proibido de fazer provas/treinos muitos longos e/ou intensos, pelo menos até finais de setembro, optei por não desistir de fazer a prova de São João das Lampas, mas sim por fazer a sua distância mais pequena - a Mini Maratona de cerca de 5,6 kms -  e aproveitar para estar com companheiros da corrida, dar-lhes apoio e distrair-me do facto de ter que adiar a maratona.

Era uma prova que exigia que se chegasse cedo para se levantar os dorsais e pelo facto de ter que descobrir o caminho, já que não costumo ir para aqueles lados. 

Surpreendi-me logo à entrada de São João das Lampas com indicações tão precisas para que os atletas tão tivessem qualquer dificuldade para estacionar as viaturas. Desde cedo deu logo para perceber que esta organização não estava a brincar em serviço e que tinha atenção ao mais infímo dos pormenores: desde as indicações para estacionar, aos chuveiros espalhados pelo percurso, ao acompanhamento dado aos atletas durante a prova, à furação dos dorsais para facilitar a sua fixação com os alfinetes de dama fornecidos, à entrega de uma rosa nos metros finais a todas as finalistas femininas.

É caso mesmo para dizer que a organização desta prova, fruto da competência, dedicação e do grande número de coladoradores arruma bem a um canto outras organizações que por aí andam, de nome bem sonante e com maiores recursos.

Chegar bem cedo ao local da partida deu para estar descontraido a conversar entre amigos, sejam eles colegas, ou amigos das corridas como do Clube do STRESS ou os 4 ao KM (João, Isa e o Vitor). 


 A Equipa ....


....a discutir as táticas de corrida

A prova em si, pelo menos a minha, não teve muita história, pois eram apenas 5,6 kms para fazer em ritmo de treino, e não os 21,095 kms recheados de rampas que iriam ser servidos como prato principal.

Assim como ia fazer a prova pequena e sem qualquer preocupação de tempos, desloquei-me para a parte de trás da partida. Depois do tiro de partida era altura de ligar o cronómetro ao passar pela linha de partida e fazer a prova de forma descontraída. Pouco depois reparei que estava a correr abaixo dos 6'00'' (cerca de 5'40'') pelo que teria que ter calma e não andar muito rápido já que iriam existir subidas e o objectivo era acima de tudo não ter um ritmo cardiaco muito elevado. 

 
Por volta dos 2 kms a Mini virava para a direita antes de uma subida, mas ainda assim decidi fazer parte desta para depois voltar atrás e poder-me cruzar com os 4 ao km e desejar-lhes uma vez mais uma boa prova. Entrava assim num trilho de terra batida que subia durante quase 800 mts, para depois continuar a subir em estrada asfaltada.

Nas subidas optei por parar três vezes, embora fossem pausas curtas, essencialmente para beber água e controlar o ritmo cardíaco. O final da prova era essencialmente a descer, apesar de sermos presenteados com uma última subida antes de chegar à meta onde fomos presenteados com uns bolinhos da região. 

Não havia medalhas, nem melancia, nem passadeira na meta, mas isso não interessava nada pois estes estavam reservados para os verdadeiros heróis: os atletas da MEIA MARATONA feita num verdadeiro carrossel.

Terminada a prova em 35' 30'' era chegada a hora de fazer uma pequena surpresa aos meus companheiros de corrida: era preciso ir até ao carro buscar a máquina fotográfica e posicionar-me de forma a tirar umas boas fotos daqueles que foram uns verdadeiros heróis e incentivá-los para que a prova pudesse custar menos a fazer.

Assim coloquei-me de forma a os poder fotografar ao km 14 e mais tarde perto do km 21, e dar aquela palavra de apoio sempre que passava alguém conhecido, fosse um colega ou um companheiro das corridas, do Clube do STRESS, do Correr Lisboa, do CAAPP, ou mesmo alguém que precisasse de uma palavra de apoio.

Já que não pude fazer a prova grande, foi bom poder apoiar os outros atletas, tendo mesmo acompanhado (de máquina em punho) um atleta que estava com dificuldades de fazer os metros finais que estava com caimbras, e se há alguém que sabe o que isso é com a meta à vista, esse alguém sou eu, pelo que não o podia deixar ficar sozinho. Fora da alta competição, o desporto é acima de tudo companheirismo, independentemente se perdemos, ou não, a hipótese de melhorar a nossa melhor marca.

Acima de tudo ficou a vontade de para o ano poder estar presente e fazer os 21 kms de São João das Lampas, quem sabe como preparação para uma Maratona.

5 comentários:

  1. Foi bom ver-te nas Lampas e soube muito bem ver-te naqueles km onde o gás já se tinha evaporado! :)

    Que tudo dê uma volta agora, são os meus desejos, e que o que não pode suceder em 2014, aconteça em 2015

    Um abraço

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    1. Obrigado João.

      Depois de 2 semanas a bater mal da cabeça tenho esforçado-me para me fortalecer mentalmente e vir a conseguir o objectivo agora adiado.

      Abraço e continuação de bons treinos.

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  2. O verdadeiro espírito de corredor :) Parabéns Fernando, e muita força e coragem no teu regresso lento a estas lides. Um abraço

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    1. Obrigado.

      Tem que ser mesmo lento, o cardiologista assim o exige.

      Parabéns pelas últimas provas. Tenho seguido o teu blogue mas não tenho tido oportunidade de comentar.

      Abraço e continuação de bons treinos.

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  3. Bom regresso Fernando!! O possível ou não... O que interessa é regressar e desfrutar!
    Abraço para ti e manda outro ao Isac! :)))

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