quinta-feira, 3 de julho de 2014

35ª Corrida - As Fogueiras


Esta não foi apenas a 35ª Corrida das Fogueiras, mas também a minha 35ª corrida, desde que entrei neste desporto em 2006. 

Depois de nos primeiros 6 anos ter feito cerca de 22 corridas, o que dá uma média miserável de menos de 4 corridas por ano, nos últimos 15 meses esta foi a minha 13ª Corrida (por sinal o meu número da sorte).

Há bastante tempo que queria fazer esta prova e depois de tanto ter passado para conseguir inscrição para a correr, este sábado era dia de rumar a Peniche e correr esta que era uma corrida de que tanto tinha ouvido falar.

Assim de manhã, pela 11h15m era altura de nos encontrarmos e rumarmos a Peniche  onde fizémos um pique-nique perto do Forte de Peniche. Ao todo éramos 10, sendo que 2 iríamos correr os 15 kms e os restantes 11 (uma vez que se juntariam a nós mais 3 durante a tarde) iam participar nas Fogueirinhas (6 kms).

Depois era hora de ir até ao hotel e fazer o check in. A tarde foi aproveitada a descansar enquanto o meu mais pequeno, de 4 anos, dormia um pouco para que pudesse aguentar até mais tarde e fazer os 6 kms da caminhada. Aproveitei e dormi também um bocado para ir descansado para a prova. 

A corrida aproximava-se e chegou a hora de sair do hotel.

 
 Valter e Eu ....

 .... prontos para os 15 kms

No entanto já saímos tarde do hotel e chegámos perto dos bombeiros voluntários (a cerca de 600 mts da partida quase às 20h30m e entrámos numa pastelaria/cafetaria para comer algo. Este foi o meu 2º erro, pois o primeiro deveria ter sido comer mais cedo, ainda que sozinho, pois iria ter 15 kms para correr. Como havia comido pouco ao longo do dia decidi compensar em parte (2º erro) tendo comido uma bifana, uma sopa e uma banana. Acabei de comer faltavam cerca de 45 min para a prova, o que poderia vir a ser problemático.

Saímos então em direcção à partida da prova, e colocámo-nos bem lá atrás no pelotão, o que fez com que demorássemos cerca de 3 minutos até cruzar a linha de partida, mas isso não interessava nada, pois não estava lá para ganhar, mas sim para me divertir. A partida foi bastante agradável, havendo apenas a apontar o estreitamento da rua cerca de 300 mts depois da corrida começar, o que levou a que tivéssemos praticamente que parar durante algum tempo e se fez notar no tempo do 1º km (6' 41'').

À medida que a corrida prosseguia tornava-se mais fácil progredir e fui estabelecendo o meu próprio ritmo, e apesar de estar em modo moderação, comecei a correr abaixo dos 6' ao km, tendo mesmo chegado aos 5' 38'' por alturas do km 5 e do km 6, a que não foi certamente alheio o apoio do público que se encontrava nesta zona de Peniche, uma vez que estávamos a passar perto do Forte..

Ao km 2 passei pelo João Lima, pela Isa e pelo Victor, desejando-lhes uma boa prova, mas sabia que a 2/3 da prova havia uma grande probabilidade de ser novamente ultrapassado pela Isa, e se por acaso tal não acontecesse seria sinal de que eu estava em grande forma. Um pouco mais há frente encontrei também a Ana, a quem também desejei uma boa prova, e segui, pois sentia-me bem. O Valter que ia comigo, por esta altura já tinha seguid sozinho, fazendo o que eu lhe dissera desde o início, pois era bem notório o esforço que ele fazia por esperar por mim. 

A corrida estava a correr bem, e eu sentia-me bem, e o que mais me agradava era o facto de ser de noite, de não conhecer o percurso, pelo que não havia o efeito de rotina, de já ter passado por ali, mas acima de tudo o apoio incansável de todos aqueles que vieram para a rua apoiar quem corria, alguns mesmo trazendo tachos e panelas com os quais trataram de animar todos aqueles que por ali passavam a correr. Mas se ouve coisa que me tocasse mesmo fundo cá dentro foi a quantidade de crianças que estava a assistir à prova e que estendiam as suas pequenitas mãozinhas para que nós tocássemos nelas ao passar. Esta prova, à semelhança da S. Silvestre da Amadora, vai ficar gravada na minha memória e conquistaram um lugar especial no meu coração.

Ao km 8 havia uma subida mais acentuada do que as anteriores e comecámos a entrar na zona das fogueiras, saíndo de Peniche rumo ao Cabo Carvoeiro, mas enganei-se aqueles que pensam que estariamos sózinhos alí, pois a cada fogueira porque passávamos tinhamos sempre um grupo de pessoas a apoiar-nos. Até aqui tinha sido a parte mais fácil da prova (para mim), pois tinha conseguido correr quase sempre abaixo dos 6' ao km, e embora o conseguisse ainda fazer por diversas vezes nos kms que ainda faltavam, o meu sofrimento estava a começar.

Não sei se foi por ter comido muito em cima da prova (erro meu, eu sei) ou se por causa de um desarranjo intestinal (pois este continuou no dia seguinte), apenas sei que passei os útimos kms com dores abdominais e fazendo um esforço enorme para tentar não abrandar o ritmo, o que sei que não consegui, pelo menos em parte. 

Por volta do Km 10, cerca de 2/3 da prova fui ultrapassado pela Isa e pelo Victor, o que é sem dúvida sinal da sua grande forma, pois quase que parecia que eu estava parado a assistir à prova. Um pouco mais à frente fui alcançado pelo João Lima, e durante algum tempo consegui aguentar o seu ritmo, pelo que cheguei mesmo a pensar que o conseguiria acompanhar até à meta. Mas tal não foi possível pois o peso que eu senti no meu abdomén não me parava de chatear e era complicado manter aquele ritmo. 

Ainda assim forcei-me sempre a concentrar-me na prova e a pensar que a meta estava já ali, que já faltava pouco para reentrar em Peniche e que um pouco mais à frente seria a tão desejada meta. Quando faltavam quase 2 kms para a meta fui alcançado pela Ana, e fiquei bastante contente por ver a velocidade com que passou por mim, pois isso era sinal de que se estava a sentir muito bem.

Agora era sempre a descer e tempo de fazer um forcing final, tendo mesmo conseguido fazer o último km em 5' 35'' e terminado a prova em 1h30'32'', o que para o meu momento de forma (depois de um abrandamento/moderação dos treinos nas últimas semanas) e face aos acontecimentos dos últimos kms, me deixou bastante satisfeito, mas com um amargo de boca por saber que poderia ter feito muito melhor.

Era então tempo de ir à sardinhada e aproveitar o dia seguinte para passear mais um pouco por Peniche.

O Forte de Peniche .....

... e quem o vê hoje, não sabendo o que aqui se passou, ....

... não adivinha o sofrimento que aqui se viveu por alturas do Estado novo, ...

.... atrás de tamanha beleza.

5 comentários:

  1. Parabéns pela prova. Sem esse erro, terias feito um tempo ainda bem melhor, o que é muito bom sinal.

    Força!

    Um abraço

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  2. O importante é mais uma bela corrida e experiência.
    E...bifana, sopa e banana...acho que foi a banana, de certeza, ui, a coitada da bifana ( mostarda?) não tem culpa;)
    De resto, pareces estar melhor das questões dos ultimos meses e isso é o mais importante.
    Já tenho um aviso no telele para não me esquecer, mais uma vez, de inscrever.
    Para o ano estamos lá!
    Abraço

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  3. Não fosse o peso extra e terias feito um tempo excelente ;)
    O mais importante foi mesmo teres aproveitado a prova :)

    Beijinhos

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  4. Muito bom, boa prova! É espetacular essa corrida não é? Eu adorei outra vez. Tenho quase a certeza que o teu problema intestinal foi mesmo da comida, acontece-me o mesmo quando abuso. Por exemplo, para esta prova almocei tarde (lá para as 14) e bem, depois comi uma banana lá para as 19 e não voltei a comer mais nada até depois da prova!

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  5. Acontece-me o mesmo com provas à noite/final de tarde, nunca sei bem o que comer nem com que antecedência... O importante foi teres conseguido desfrutar da prova na mesma, que merece.
    Bjs

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